Na vida, nada deve ser receado, tudo deve ser compreendido.
Marie Curie

segunda-feira, 26 de março de 2012

Esquizófrenia



 
A Esquizofrenia é das doenças psíquicas a mais angustiante e incapacitante de todas elas. Afecta gravemente a forma de pensar do sujeito, a sua vida emocional e o seu comportamento em geral.
As pessoas com esquizofrenia sofrem de sintomas psicóticos. Entre estes, contam-se as alucinações (observar as coisas de forma diferente), os delírios (crenças de natureza bizarra ou paranóide que não são verdadeiras), as alterações do pensamento ou o medo.
A Esquizofrenia é um transtorno mental que atinge 1%  da população mundial, manifestando-se habitualmente entre os 15 e os 25 anos, com proporção semelhante entre ambos os sexos, podendo igualmente ocorrer na infância ou na meia-idade.
Os delírios, visões e as alucinações constituem os sintomas psicóticos ou positivos. Os "sintomas negativos" também surgem ao fim de algum tempo: as pessoas ficam ausentes, mostram muito pouca iniciativa e têm uma vida emocional embotada. Muitas vezes, as pessoas com esquizofrenia sofrem de isolamento social, ou seja torna-se difícil estabelecer contacto com outras pessoas e têm dificuldades em funcionarem sob stress. As alterações do pensamento são também comuns com consequências como resultados escolares medíocres ou problemas profissionais.

Os sujeitos esquizofrenia não têm qualquer ideia de que estão a sofrer da doença. Perdem contacto com a realidade. Têm de ser os familiares e/ou amigos a procurar ajuda para o doente.

As alucinações surgem quando o sujeito vê, ouve, saboreia ou sente coisas que na verdade "não estão lá". A alucinação que acontece mais vezes consiste em escutar vozes que mais ninguém pode ouvir ou ver coisas que não estão presentes. Alguns podem "sentir" que a sua pele está literalmente a deslocar-se. A comida pode ter um sabor diferente. As alucinações são comuns entre as pessoas sob o efeito de drogas ou em pessoas com esquizofrenia. Os sintomas podem ser muito assustadores, mas para os doentes são reais.

Os delírios são crenças de natureza bizarra ou paranóide que não são verdadeiras. Muitas vezes, as pessoas que sofrem de delírios desempenham um papel central neles. Pensam que são Deus, a Virgem Maria ou Napoleão; que estão a ser perseguidas ou então estão convencidas de que estão a ser espiadas ou que alguém conspira contra elas.
O delírio tem de tal modo um papel importante na percepção da pessoa, que toda a sua vida é drásticamente afectada. Por exemplo, se as pessoas que estão a sofrer de delírios pensam que alguém as está a tentar envenenar, a sua dieta irá mudar ou poderão mesmo deixar de alimentar-se durante períodos prolongados.

Principais Sintomas:
  • Isolamento social e deixar de passar muito tempo com pessoas da mesma idade;
  • Perda de memória, por exemplo esquecer-se onde as coisas foram colocadas;
  • Alterações da percepção: quando os objectos mudam subitamente de tamanho ou de cor;
  • Paranóia: pensam que alguém está a falar acerca delas e que as coisas estão a ser feitas "nas suas costas";
  • Preocupação extrema com religião, filosofia, ocultismo, etc.; ou mesmo tornar-se membro de uma seita ou culto;
  • Alterações do pensamento: argumentos incoerentes, ilógicos ou abstractos;
  • Dificuldade em manter a atenção: distrair-se com facilidade;
  • Depressão;
  • Agressão, irritabilidade ou hostilidade inesperada;
  • Falta de energia;
  • Perturbações do sono: muitas vezes acordado/a à noite e a dormir durante o dia;
  • Medo, tremor das mãos ou voz trémula;
  • Perda de apetite, ou pelo contrário apetite voraz;
  • Deterioração da higiene pessoal, ex. tomar muito poucas vezes banho ou lavar-se raramente;
  • Problemas de integração;
  • Delírios.
Esta doença é um "poço" de sofrimento constante não só para quem sofre dela mas também para quem vive, quem cuida, quem gosta do doente com esquizófrenia. Trata-se de um distúrbio que torna a vida do sujeito e de todos os que o rodeiam num verdadeiro tormento e por mais difícil e doloroso que seja, tem de ser o familar/amigo a procurar ajuda pela incapacidade destes sujeitos perceberem que não estão bem. A realidade destes passa a ser aquela em que eles acreditam e quem não está bem são os outros, nunca ele. PROCURE AJUDA!

domingo, 25 de março de 2012

Depressão Bipolar ou Transtorno Maníaco-Depressivo


                                        

A Depressão Bipolar ou Transtorno Maníaco-Depressivo é uma doença que altera as emoções até tal forma que pode conduzir o doente à perda das ligações familiares e sociais, ao divórcio, à perda do emprego, que resulta num enorme sofrimento do próprio doente e da sua família.
É uma doença que pode ser tratada quando a junção de fármacos e de psicoterapia que se revela fundamental no processo de tratamento deste transtorno para um melhor controlo e prevenção das crises.
A maior parte destes pacientes não aceitam que têm a doença e recusam ajuda médica, sobretudo quando prevalece a fase eufórica. Não é uma doença fácil de diagnosticar na altura certa por essa recusa do paciente, no entanto a família e os amigos aprendem a reconhecer estas oscilações de humor e têm, muitas vezes, de ser estes a procurar ajuda para o paciente pois este nega que não esteja bem.

Principais Características:
* Elevadas alterações de humor
* Crises repetidas de depressão e de "mania"
Estas perturbações são repercutidas nas sensações, emoções, ideias e comportamentos, com consequências para a saúde e para a personalidade.
Uma crise pode durar alguns dias ou até vários meses. Os períodos de estabilidade entre as crises podem durar dias, meses ou mesmo anos. A previsão das crises varia também de pessoa para pessoa. Umas terão uma ou duas crises durante a vida, outras caem repetidamente em certas alturas do ano (caso não se encontrem a fazer tratamento) e outras têm crises mais de quatro vezes por ano (designados os ciclos rápidos).
Esta doença começa, geralmente, durante ou após a adolescência, com mais incidência entre os 20 e os 30 anos e afecta ambos os sexos de igual forma.

 
FASE MANÍACA - SINTOMAS:
Manifesta-se em estados de humor elevado, eufórico ou irritável. A pessoa sente-se alegre, altiva, sociável, inteligente e criativa.
* Irritabilidade extrema
* Crença não realista das suas capacidades e poderes
* Capacidade de julgamento pobre
* Comportamento provocante, inoportuno e agressivo
* Negação do óbvio, de que está errado
* Energia elevada (hiperactividade), reduzindo a necessidade de sono e aumentando o abuso de álcool, medicamentos e drogas para dormir
* Auto-estima elevada
* Repentinas e imprevisíveis alterações emocionais (a fala é rápida, mudança frequente de assunto, nunca acabando o primeiro, os pensamentos aceleram-se)
* Reacções excessivas e interpretações erradas de acontecimentos, irritação e dificuldade de enfrentar comentários banais
* Dificuldade de assimilar ideias, transmitindo-as de modo errado
* Maior interesse por diversas actividades
* Aumento da vontade sexual
* Não reconhecimento da doença, tenta recusar o tratamento
* Culpar os outros pelo que ocorre de mal, inclusive pela própria doença
* Perda da noção da realidade
* Incoerência de actos

FASE DEPRESSIVA - SINTOMAS:
A depressão manifesta-se pela tristeza e pelo desespero.
* Obsessão com pensamentos negativos, não conseguindo afastá-los
* Preocupação com fracassos ou incapacidades
* Sentimentos de inutilidade, culpa excessiva
* Perda de interesse ou prazer em actividades quotidianas (trabalho, hobbies, pessoas, familiares, amigos e sexo)
* Pensamento lento, esquecimento, dificuldade de concentração e em tomar decisões
* Perda de energia, sentimento de fadiga ou agitação e inquietação
* Preocupação excessiva com queixas físicas
* Alterações do apetite e do peso
* Dificuldades em dormir, ou dormir excessivamente
* Choro fácil ou vontade de chorar sem ser capaz
* Pensamentos repetitivos de morte ou suicídio
* Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substâncias

Podem existir crises mistas, de depressão e de "mania". É o caso da Depressão Tipo I.
A Depressão do tipo II não apresenta episódios de mania, mas de hipomania com depressão (crises depressivas graves e fases leves de elevação do humor).
Há uma tendência para os pacientes fazerem várias crises de um tipo e poucas de outro; há doentes bipolares que nunca tiveram fases deprimidas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas.
A depressão e a "mania" graves podem ser acompanhadas por períodos de psicose que incluem alucinações (sentir, cheirar, observar coisas que não existem) e delírios (falsas crenças baseadas no ilógico, apesar da existência da evidências do contrário).
O melhor conhecimento, reconhecimento da doença e dos aspectos gerais de tratamento visam permitir uma colaboração mais activa entre todos (doente, família, médico psiquiatra, médico de família e outros técnicos de saúde). Trata-se da sua saúde e da sua vida.

segunda-feira, 19 de março de 2012

"Diplomados em matéria de sofrimento"

AUTISMO


O autismo é um transtorno caracterizado por alterações qualitativas na comunicação, na interacção social e no uso da imaginação apresentando um comportamento focalizado e repetitivo que normalmente se dá a conhecer antes dos três anos de idade. Consiste numa incapacidade no desenvolvimento que se manifesta de forma grave para toda a vida e cujas manifestações variam bastante, consoante o nível de desenvolvimento e a idade do sujeito. É um transtorno que se faz acompanhar, muitas vezes, por fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade/auto-agressividade.

Características:

·        Dificuldade de relacionamento com os outros;
·        Riso inapropriado;
·        Pouco ou nenhum contacto visual;
·        Aparente insensibilidade à dor;
·        Preferência pela solidão;
·        Rotação de objectos;
·        Inapropriada fixação em objectos;
·        Perceptível hiperactividade ou extrema inatividade;
·        Ausência de resposta aos métodos normais de ensino;
·        Insistência na repetição;
·        Resistência à mudança de rotina;
·        Ausência de real medo do perigo;
·        Ecolalia (repetição de palavras ou frases em vez da linguagem comum/normal)
·        Recusa de colo e mimos;
·        Age como se fosse surdo;
·        Dificuldade em expressar necessidades;
·        Acessos de raiva;
·        Irregular habilidade motora.

Nem todos os portadores de autismo apresentam este conjunto de sintomas, porém a maior parte deles está presente nos primeiros anos de vida enquanto criança. Podem ser leves ou graves, mais ou menos intensos. De salientar também, que a ocorrência destes sintomas não é determinante no diagnóstico do autismo, para tal, é necessário acompanhamento psicológico.

Os autistas manifestam um alheamento acerca do seu mundo exterior encontrando-se centrados em si mesmos o que resulta em perturbações nas relações afectivas e com o meio. Apresentam uma grande dificuldade em expressar emoções.

O tratamento do autismo passa por uma estimulação constante e por um apoio permanente como forma de estimular e fazer com que a criança interaja com o ambiente e com os outros adultos e crianças.

"O Menino que não se Reconhecia ao Espelho"


Excerto da “Carta dos Pais do Menino que não se Reconhecia ao Espelho” do livro Eu sinto um tormento com a ideia do fim definitivo de Maria José Vidigal e Maria Teresa Guapo



Primeiro, há uma certa estranheza, que chega aos poucos e acaba por se instalar como um mau presságio.

A nossa criança está ali, linda e perfeita como a sonhámos, ao mesmo tempo não está bem ali. Parece estar noutro sítio, os olhos olham outro mundo que nos escapa, a fala tropeça em repetições obsessivas que lhe atrapalham o sentido.

Às vezes ri-se, um pouco a despropósito, dá ordens a si própria como se fosse outra, fica muito triste e calada sem razão aparente, parece desinteressada do que a rodeia, assusta-se desmedidamente com alguns ruídos. Responde às perguntas como se fosse um eco, olha uma fotografia e diz que aquele é o espelho.

Alarmados, percebemos que há qualquer coisa que não bate certo e procuramos ajuda.

Mais tarde saberemos que tem perturbações autistas e é como se tivéssemos acertado um pouco ao lado da vida: a imagem do nosso filho não se ajusta completamente ao nosso filho. E o mundo em que ele vive não é exactamente o mundo que existe, o que lhe trás uma enorme dor e a nós uma grande impotência. Com essa sensação iniciámos uma viagem sem fim que nos leva a tentar percorrer todos os dias e a todas as horas a distância que separa esse desfasamento.

Pensámos, então, ter, em algum momento, feito um disparate dos grandes que lhe provocou ‘aquilo’. Se calhar não lhe demos a atenção que precisava, se calhar teve a atenção de mais, se calhar foi da depressão pós-parto, ou talvez do stress durante a gravidez, ou daquele leve desacerto em que os pais vivem e se acentua com o tempo até se transformar numa fractura irreparável.

E a culpa difusa adensa a tristeza e a confusão.

Mas depressa percebemos que, seja qual for a causa ou as causas, o que interessa agora é aprender a viver com o problema e ‘dar à luz’ novamente – as vezes que forem precisas – este filho cujo desenvolvimento perdeu a certa altura a harmonia.

(…)

…uma criança extraordinária que olha o mundo com uma integridade desconcertante. Que não percebe a mentira, o fingimento, a agressividade, a manha, as regras sociais, os duplos sentidos, que não convive com as outras e tem interesses muito restritos. Mas que ao mesmo tempo se expressa com um vocabulário muito precioso e elaborado, que consegue saber todas as datas da História, investiga a complicada árvore genealógica da família, faz desenhos que enchem as folhas de cor, inventa bandas desenhadas e enredos de telenovelas cujos personagens são os colegas da escola e as professoras.

Aos poucos, estes talentos são abandonados, mas em compensação, as antigas obsessões são esquecidas, substituídas por outras que por sua vez serão ultrapassadas, o discurso fica menos repetitivo e o espelho que confundia o menino dá lugar à sólida imagem do adolescente que luta pela conquista da sua própria identidade. Progride no estudo, ganha autonomia, sentido de humor.

Sofre agora as angústias de todos os jovens da sua idade ampliadas pelas dificuldades de conviver não só com os outros, mas também com as regras do viver ‘normal’.

Vive na inquietação do futuro, no desgosto do passado, no desassossego do presente. A mudança, qualquer mudança, o assusta. A sucessão de lutos que é a vida de todos nós, é vivida por ele com uma sensibilidade extrema que conduz sempre ao desamparo. Não tem ainda dentro de si todas as armas que nos defendem das dores de estar vivo (…)”.



Matilde e Zé

sábado, 17 de março de 2012

Fobia Escolar



A Fobia Escolar é uma perturbação da ansiedade e pode ser tratada! Consiste num medo agravado que a criança ou adolescente sente em ir para a escola e está intimamente relacionada com a ansiedade face ao desconhecido e com as mudanças de ciclo escolar.

A Fobia é uma dificuldade, um problema, não preguiça ou má vontade de ir à escola e os pais podem perceber isso no comportamento da criança ou jovem. O sujeito refere-se à escola sempre com medo, pessimismo e muitas vezes chora por não querer ir pois sente-se mesmo muito mal lá dentro. Em contexto escolar, é comum que se afaste dos colegas e tenda a isolar-se.

A Fobia Escolar não está relacionada com o ser bom aluno ou não pois, na maior parte das vezes, as crianças que desenvolvem esta perturbação de ansiedade e medo incontroláveis são boas alunas e não perdem o rendimento escolar.

Sintomas:
  • Dor de barriga ao acordar, associada a vómitos, diarreias e dores de cabeça, intensificando-se à medida em que se aproxima a hora de ir para a escola;
  • Verbalizações do género: “não quero ir à escola” ou por vezes na noite anterior “amanhã é dia de ir para a escola?”;
  • Choro frequente;
  • Suores frios ou tremores;
  • Medo de ficar sozinho;
  • Medo de algo abstracto;
  • Incapacidade de enfrentar o problema sozinho;
  • Perda do apetite;
  • Voltar a fazer xixi na cama;
  • Insónias;
  • Pesadelos…
A Fobia Escolar pode ter diversas origens: predisposição biológica, mudança de escola, professor severo, conflito com colegas, temperamento da própria criança, mudança de casa, divórcio dos pais, morte de um familiar, conflitos familiares, preocupação excessiva dos pais com a separação dos seus filhos.

É de grande importância que os pais não ridicularizem ou desconsiderem os medos da criança/jovem e em vez disso, mostrem compreensão. Muitas vezes, desesperados, os pais procuram estratégias para a criança deixar estes comportamentos mas dificilmente ela tornará a ir à escola se não se sentir segura. A forma de transmitir segurança passa por respeitar essa limitação da criança, incentivá-la a ir à escola mas não obrigando-a e sim tranquilizando-a. Os pais devem manter muito diálogo com a criança/jovem e encontrar um meio de superação deste obstáculo. Fazer com que os amigos sejam importantes elementos na inserção na escola.

Se os sintomas persistirem mais de dois meses, é de extrema importância que os pais encaminhem os filhos para as consultas de psicologia. O tratamento da criança com fobia escolar deve ter uma participação efectiva da escola, dos pais e do psicólogo. É esta interacção entre todos e este envolvimento que irão fazer com que a criança supere a fobia. É necessária uma intervenção psicoterapêutica de algum tempo para que a criança volte a sentir confiança em si mesma e nos outros, retomando assim a sua vida normal.

domingo, 11 de março de 2012

Ansiedade Generalizada


              
O transtorno de ansiedade generalizada caracteriza-se por uma preocupação ou ansiedade excessivas, com motivos injustificáveis ou desproporcionais ao nível de ansiedade observado. Para se considerar ansiedade generalizada, é necessário que esta preocupação excessiva ocorra, pelo menos, seis meses associada a uma grande dificuldade em controlar essas preocupações (para eu possa ser diferenciada da ansiedade dita normal).

Sintomas:

A preocupação com a possibilidade de vir a adoecer com algo grave ou sofrer um acidente embora não existam indicativos de que essas coisas possam vir a acontecer é o foco mais comum das preocupações das pessoas com ansiedade generalizada. Algumas pessoas temem mais que os entes queridos sofram algum desses males, como os pais, ou filhos.
Estes pacientes estão constantemente a imaginar situações como estas e frequentemente se consideram incapazes de lidar com elas caso realmente venham a acontecer.


As variedades dos sintomas de ansiedade são enormes e muitas vezes pessoais. Ganho de peso, por exemplo, tanto pode não ter nenhuma relação com ansiedade como pode, para determinadas pessoas, ser a manifestação mais frequente.



Os sintomas mais comuns são: boca seca, mãos ou pés húmidos, enjoos ou diarreia, aumento da frequência urinária, sudorese excessiva, dificuldade de engolir ou sensação de um bolo na garganta, assustar-se com facilidade e de forma mais intensa, alguns sintomas depressivos são comuns.



O transtorno de ansiedade generalizada costuma ser crónico, duradouro com pequenos períodos de remissão dos sintomas mas geralmente leva o paciente a sofrer com o estado de ansiedade elevado durante anos. Pode vir a ceder espontaneamente em alguns casos mas não há meios de se prever quando isso acontecerá.

Tratamento
A terapia é essencial, proporciona bons resultados. Alguns medicamentos como os tranquilizantes são também eficazes, assim como alguns antidepressivos. Muitas vezes é recomendada a combinação de ambas as técnicas.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Doenças Psicossomáticas




"A doença vem deflagrar algo a respeito de nós mesmos e de nossas vidas"
Luise de Souza Cozzolino Soares



A doença, qualquer que seja ela, vai estar “presa” ao corpo.

Inúmeros são os sintomas que parecem ser de alguma doença orgânica e que na realidade, correspondem a uma manifestação corporal de depressão. O local, o órgão ou região onde surge a doença ou os seus sintomas é muitas vezes apenas um ponto de manifestação física, isto é, a doença, manifestada num determinado órgão, está sendo a expressão de situações ligadas a todo o contexto vivido pelo seu portador. Falamos de contextos nos quais se ligam emoções, sentimentos e afetos. Ao nos referirmos ao contexto vivido, ligado a emoções, sentimentos e afetos o tempo passa a ter grande significado. Estamos a dizer que essa determinada úlcera, problema cardíaco ou até mesmo gastroenterite pode ter iniciado por sentimentos de alguma perda afetiva, raivas reprimidas, emoções que, no passado deixaram de ser expressadas de forma natural e espontânea.

Segundo Mac Lean, os doentes psicossomáticos são incapazes de verbalização conveniente pois a suas emoções não estão ligadas aos processos intelectuais e, por esse motivo, as tensões são descarregadas sobre o hipotálamo pelo sistema neurovegetativo, provocando as psicossomatizações.

Muitos médicos, actualmente, têm procurado sintomas de doenças através do Homem, da pessoa como um todo. No entanto, a Medicina ainda mantém uma tendência a visualizar o doente como algo passivo, como alguém que está ali para ser paciente, portanto, é na condição daquele que é portador de uma doença. A pessoa doente ou com alguma sintomatologia, não representa, na visão psicossomática, uma pessoa inerte, isto é, ela não é um doente e sim uma pessoa que tem alguma doença. São coisas diferentes! Enquanto alguém tem uma doença, significa que também tem coisas nele não doentes, enquanto se este alguém é doente, fica implícito que é toda doença.

As doenças psicossomáticas são, portanto, doenças do foro psicológico com expressão física. Alguns outros exemplos destas doenças são a asma, infecções crónicas do aparelho respiratório, algumas doenças de pele, as dores de cabeça, as dores de barriga (principalmente nas crianças) as dores abdominais e as gastroenterites, eczemas, alergias, entre outras.


A recusa e resistência das pessoas a pararem para pensar, quando têm vidas mais direccionadas para a acção e não para a reflexão, leva a que procurem apenas causas físicas e não também causas psíquicas para as doenças.

As doenças psicossomáticas não são mais que o corpo a reflectir a dor que lhe vai na alma...

domingo, 4 de março de 2012

Síndrome de Burnout




A Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de carácter depressivo. Trata-se de um esgotamento físico e mental de grande intensidade cuja causa está intimamente ligada à vida profissional.

O portador deste síndrome dedica-se de forma exagerada à sua profissão e o seu maior desejo é ser o melhor mostrando um grande desempenho. Este sujeito entende a sua auto-estima pela capacidade de realização de sucesso profissional.

Esta síndrome é definida por muitos autores como uma das consequências mais marcantes do stress ou desgaste profissional e caracteriza-se pela exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo. O termo Burnout é uma composição de burn (queima) com out (exterior). Este tipo de stress consome a pessoa física e emocionalmente passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço.

Sintomas:
  • Necessidade de se afirmar;
  • Dedicação intensificada;
  • Descaso com as necessidades pessoais como comer, dormir, sair com os amigos… tudo isto começa a perder o sentido;
  • Percebe que algo não está bem mas não enfrenta o problema (é quando ocorrem as manifestações físicas);
  • Isolamento e fuga dos conflitos (o que antes tinha valor como a casa, o lazer, os amigos, sofre desvalorização);
  • Negação dos problemas (os outros são completamente desvalorizados e tidos como incapazes e os contactos sociais são repelidos. Cinismo e agressão são os sinais mais evidentes);
  • Recolhimento;
  • Mudanças no comportamento;
  • Vazio interior / Aperto no peito;
  • Outros sintomas depressivos como marcas de indiferença, desesperança e exaustão (a vida perde o sentido);
  • Fortes dores de cabeça;
  • Tonturas;
  • Tremores;
  • Muita falta de ar;
  • Oscilações de humor;
  • Distúrbios do sono;
  • Dificuldade de concentração;
  • Problemas digestivos.

Aquando da junção destes sintomas que levam a um colapso físico e mental, torna-se uma situação de emergência e a ajuda médica e psicológica é uma urgência!

quinta-feira, 1 de março de 2012

A Ti… À Tua Mãe





O seu sofrimento era voraz, a sua realidade excepcional. Uma imaginação transcendente e uma coragem… abrasadora! Ao olhar no espelho da sua alma, uma luz sem brilho, uma neblina sombria. Aquele acetato opaco era a insígnia na sua vida. Escondia alguém…que já não se ouvia…

Atitudes incompreensíveis, palavras inaceitáveis. Olhares mortiços e com tanto rancor… Frieza, audácia, egocentrismo, solidão! O que é tornar-se irreconhecível aos olhos dos antigos conhecidos?!

Mas quem se pergunta o que esconde por detrás? Quem olha querendo ver?? Quem vê sem julgar ou simplesmente sem inferiorizar, menosprezar ou até só por benevolência.
Quem és tu? Porque ages assim? … É louca! Passou-se! Coitadinha… As perguntas mais simples são também as mais profundas… as mais importantes!!

O maior dos sofrimentos humanos não se vê nem mede apenas pelas lágrimas, pelas lamúrias, pela tristeza aparente. Por detrás de um comportamento estranho pode estar um apelo, por entre uma sapatada pode encontrar-se um grito.

Quem disse que era fácil reconhecer um doente nalguém que maltrata, nalguém que não sente culpa?! Em alguém que não aceita que está enfermo porque esse caminho foi a salvação para a sua sobrevivência.

Mas que sofrimento! Que amarguras e aflições nos fez passar… Tantos anos de sufocos…

Foste tão valente e tão brava! Soubeste perdoar à tua maneira… Não sofre menos quem ama! Quem sente na pele… quem menos mereceu tal ressentimento.

Hoje… é um deleito. Uma honra e um brio olhar-vos perto e cheias de garra!


Os testemunhos são o que ainda move um pouco do nosso mundo… Um dia, pode acontecer-nos a nós!

Personalidade Esquizóide


 As características centrais dos sujeitos com este tipo de personalidade comportam uma restrição da afectividade e um isolamento social, subentendido por uma falta de interesse pelas trocas relacionais, incluindo familiares. O contacto é marcado pela distância e pela falta de reacção aos sinais sociais (mímica pobre, ausência de sorriso social...). O discurso destes indivíduos é hipo-espontâneo e despido de marcas afectivas. Os investimentos são restritos e centrados em actividades solitárias.

São pessoas pouco preocupadas com o efeito que produzem sobe outro, mostram-se pouco sensíveis à crítica e indiferentes às normas e convenções sociais que não não sao respeitadas isso não é intencionalNão têm desejos de intimidade e não experimentam prazer senão em raras actividades. Têm poucos amigos próximos, ou nenhuns, à excepção de, talvez, um membro da família, mas que não assume a função de confidente.

Os esquizóides apresentam grande frieza, desligamento ou enfraquecimento da afectividade, capacidade limitada para exprimir tanto sentimentos calorosos e ternos relativamente aos outros, como cólera. Demonstram uma excessiva preocupação com o imaginário e a instrospecção.